quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

REDOND (ILHA) DE BERILO - Diógenes da Cunha Lima



REDOND (ILHA) DE BERILO

Grossa saudade, poeta,
De tua conversa mansa,
De teu riso com Mimosa,
Maria Emília, lembranças
Peixe, pirão, Pirangi,
A cana, a cantiga, a bossa
De viver neste iludir
Que é a vida, poeta
Escondido dos amigos
Entesourado de ser
Entravas dentro de ti
Na tua toca de anjo.
Continuam em meus ouvidos
Estórias que tu contavas,
Com graça, com gestos lentos,
De Santa Cruz de Inharé
Em Mossoró tinha um noivo
- poeta cheio de amores
Para a Princesa da Bélgica:
- Ruge, ruge, tempestade,
As baterias tomadas
E as mulheres de Mossoró
Se banham de madrugada

Ah, poeta, foges mundo
Pra ilha que tu sonhaste
Com enormes caranguejos
Vermelhos, pelas encostas.
 A ilha está povoada
De tua múltipla presença
Sonham contigo esmeraldas
Águas-marinhas aos centos,
Uma ilha hexagonal
Cristalizada, possível,  
No coração dos amigos.
És tu a ilha, Berilo.

(Diégenes da Cunha Lima)

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